quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Matrix – ficção e realidade.

[Assista Wake Up Call - saindo da Matrix, o documentário mais completo feito até hoje sobre como o mundo é desenvolvido de acordo com o interesse de poucos, a Matrix na vida real, aqui.]


A trilogia Matrix está entre as mais conhecidas e renomadas obras já feitas por Hollywood. Enquanto alguns pensam tratar-se apenas de um filme com ótimo enredo e cenas de ação muito bem trabalhadas, uma minoria consegue compreender que o filme, em verdade, enfoca debates filosóficos da introdução até o último segundo.

É certamente a obra cinematográfica mais circundada por metáforas simbólicas. A estória contada é tão eficiente em tecer analogias que, para vasta maioria, esse aspecto passa despercebido, invisível mesmo. Imaginam ser apenas um conto louco e criativo, divertido. No entanto, o objetivo do filme é mais ousado, um alerta para aqueles que entendem.

Sinteticamente: a fábula se dá em torno de Neo, um hacker que sempre possuiu dificuldade em aceitar imposições. Sentia-se descabido no mundo, porque não aceitava os padrões que lhe eram oferecidos na sociedade. Em certo ponto, aparecem seus mentores e explicam que o mundo que ele vive é, na verdade, um sonho decorrente de um coma induzido. Na real realidade, ele – e grande parte dos humanos – estão enclausurados em cápsulas, dormindo, fornecendo energia para máquinas, até o momento que se libertam, percebendo que há algo de “errado” com o mundo em que vivem. É quando acordam do sono profundo. É que nesse universo, o factual, há uma guerra entre humanos, e máquinas com inteligência própria. Aqueles que ainda não conseguiram se libertar desse mundo – A Matrix -, encontram-se em estado vegetativo, alimentando a força das máquinas com sua energia biológica. Enquanto isso, sonham. Esse sonho seria, na concepção do filme, a imagem do contexto que vivemos hoje, tal qual ele é.

Dentre milhares de mensagens possíveis a se depreender do filme, uma é sobressalente. De acordo com essa percepção, é fácil entender que as pessoas na verdade não vivem, não agem conforme sua vontade própria, tudo não passa, senão, de mera projeção da realidade. Nada que é, é. Presumem estar vivendo, mas estão apenas dormindo.

A metáfora mais importante do filme se dá com relação a esse ponto. Basta compreender a Matrix como um grande estado de inconsciência. Muitos foram os intelectuais que tentaram e tentam nos avisar que nossas ações são induzidas em grande parcela pela parte inconsciente de nosso cérebro. Imaginamos, todo o tempo, estar tomando condutas de acordo com nossos desejos interiores. Contudo, se pararmos pra analisar, muitas de nossas ações são motivadas por inúmeras razões que não a nossa própria. São fatores que incidem em nossas ações a pressão social, a lógica consumista, o discurso de dominação das instituições, o moralismo, etc.

Enfim, várias são as normas que nos remetem a um padrão intocável. Um modelo de perfeição. Um caminho a ser seguido pelas massas, sob pena de não ser alcançado o tão almejado sucesso profissional e financeiro. Ao menos é assim que nos é transmitido. Repare em como as coisas são recorrentes no nosso mundo. As pessoas se parecem cada vez mais, os pensamentos se repetem, as concepções individualistas, as músicas, as roupas, os programas de TV, as formas de diversão! Tudo só pode ser feito se estiver dentro de um padrão razoável pré-estabelecido pela sociedade. Esse caminho a se trilhar nos é passado como se fosse lógico –e único - quando, com efeito, não faz qualquer sentido. Não no campo da verossimilhança.

Senão vejamos: em termos acadêmicos. A linha é: estudar AQUILO QUE A ESCOLA MANDA – importante frisar essa parte-, ser um aluno obediente, tirar boas notas e, finalmente, chegar ao ápice, o sucesso e reconhecimento!

Ora, se esse caminho lhe parece corretamente indiscutível me explique como inserir Einstein nesse arquétipo? Como tentar classificar a cabeça de Albert? Atribuindo-lhe uma nota? Ele simplesmente não cabe em qualquer padrão. Não é por acaso que, na escola, reprovou duas vezes. Ele não é 0, não é 6 e muito menos dez. Ele é 15! Mas 15 não cabe, 15 é diferente, 15 não pode. “Você só pode ser até dez Albert, por isso, te reprovo, pra que você nunca mais pense que ser um gênio é certo!”, devia pensar seu professor...

Alguém consegue ver algum sentido nisso?

Queriam que Einstein fosse como os outros. No entanto, ele era diferente, e sua diferença consistia em sua genialidade. Sorte a nossa que a incidência das normas de adequação aplicadas ao físico não suflagraram sua genialidade. Infelizmente, nem toda particularidade prospera nesse sistema métrico.

Pois bem, voltando ao nosso objeto. Neo não aceita que modelos pré-moldados recaiam sobre ele sem sua anuência. Não permite que seu inconsciente faça-o agir sem que ele tenha a perfeita ciência do que está fazendo e, mais importante, por qual motivo está fazendo. No filme ele é denominado “O escolhido”. Não vejo possibilidade de um nome mais pertinente. Neo é o escolhido porque ele faz as suas ESCOLHAS, isento de qualquer valor social, moral ou institucional.

Pode vir à tona outra pergunta: porque fazer prevalecer o indivíduo sobre a estrutura? Porque a estrutura no filme, e na nossa realidade, é alienante. E mais, ela é alienante em nome de um propósito, qual seja, dominação. Quanto mais dóceis os corpos, mais fácil tê-los à disposição. Não se iludam, as pessoas que estão no poder tem essa nítida noção, seja nos cargos políticos, nas corporações multinacionais, no corpo docente acadêmico ou no telejornal das 8.

As coisas são feitas para ser exatamente como são. O sistema de qualquer instituição serve apenas para manutenção da mesma, isso em qualquer âmbito.


Diante desse contexto, O poder de escolher é uma dádiva. Um talento! Se tomarmos as mesmas atitudes, os resultados sempre serão os mesmos. Quem acredita na mudança sabe que ela começa com uma interrogação. O sujeito deve se formar a partir dele mesmo e com destino a ele próprio, tudo a partir do questionamento das estruturas pré estabelecidas por sabe se lá quem.

O certo é que não há modelos certos para se produzir um resultado, não existe uma fórmula pronta pra nada. Qualquer um , de qualquer forma, pode atingir qualquer objetivo, qualquer que seja sua vontade, mediante qualquer singularidade que possua, em qualquer momento. Basta, para tanto, dedicação e, muito mais importante, VONTADE. Resultado desses componentes? Escolha.

Despadronize-se. Busque o seu ideal, a sua forma. A que está na TV e no discurso dos mais velhos pode, ou não, te servir.

18 comentários:

  1. Você manda muito bem motherfucker! hahahaha

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  2. Realmente, para mim, a Matrix, é exatamente isso, o estado de inconciência. Difícil é nos livrar-mos dele. Segundo alguns é inevitável a alienação, mesmo que tenhamos consciência de uma parcela, ou deixamos de lado outros fatos relevantes ou nos alienamos em nossa nova percepção. Segundo Guattari, entramos em uma espécie de piloto automático, como dirigir um carro pensando na vida sem pensar em passar as marchas, não erramos as marchas agimos através do que ele chama de "Inconsciente Maquínico", portanto não rompemos completamente a alienação. Arthur, seu texto está muito bom, continue escrevendo. Abraços...

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  3. Achei interessante o ponto de vista, acredito que muitas pessoas deveriam ler esse texto a fim de acordarem para a realidade, para terem uma percepção mais apurada dos fatos sociais que os inserem. Muito bom!

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  4. Brilhantes, tanto o raciocínio quanto a estruração que vc deu a ele como autor, Arthur. Texto claro, paciente - virtude de poucos na agitada pós-modernidade - e por isso elucidativo. Enfim, Matrix ganha um novo sentido pra os que tiverem oportunidade de se dedicarem um minuto aos seus escritos.

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  5. Arthur, pd ter certeza que mandou muito nesse texto, amigo... muito bom de ler, bem escrito, parabens! Como sempre continuo elogiando seus textos, tudo de bom pra vc brother! Para definir esse texto eu deixo uma citacao de Nietzsche

    "Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar."

    Isso que acontece quando saimos do padrao, somos incompreendidos por aqueles que nao sabem pensar por si sos e sao verdadeiramente controlados pelos padroes que sao impostos por essa sociedade, e o pior de tudo eh que nao percebem isso. Abracos!

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  6. Muito bom o texto. Matrix é de fato um belo filme de ação que se propõe a discutir não so o homem como tal, mas também a estrutura social, a liberdade e a solidariedade. Um filme profundamente humano comentado em um exelente texto.
    Parabens.

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  7. deixem seus nomes, por gentileza, obrigado =)

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  8. fala artuca!
    mto bom o texto!!!
    infelizmente a grande maioria das pessoas prefere viver na ilusão... preferem se deixar levar pela maré. Não há questionamento, não reflexão e não há resistência ao que lhes é imposto ou oferecido; apenas aceitam, absorvem e se deixam levar...

    Continue assim mano, não se conforme, seja um agente de mudanças, um visionário; formador de opiniões!

    forte abraço!!!

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  9. Cara, pensei em me deter, ao acabar de ler o texto e antes de ler os comentários, em parabenizá-lo pelo texto, salientando que de todos os postados em seu blog, esse, sem dúvidas, foi o melhor.

    Mas, em acolhida ao texto, tenho que ir além, pois seguir, somente, parabenizando-o me fará recair sobre tudo o que, na sua análise, a Matrix combate: a mesmice, a dominação.

    Acho que dizer o que os outros dizem, quando bem dito, afasta qualquer tipo de clichê e nos faz atentarmos para aquela óptica em espicífico de quem escreve naquele momento. Foi isso que fiz ao ler o seu texto: eu sou cum crítico de textos sociais, pois acredito que a pessoa para se dedicar a falar sobre um tema social deve saber MUITO sobre o tema, caso contrário, em 100% das vezes, a pessoa recairá em blá blá blá (mera repetição do que os outros dizem - incluindo o sem números de clichês chatos que vemos cotidianamente). Não estou dizendo que não gosto de textos ou da própria temática das ciências sociais, mas que critico muito quem escreve detendo-se a mudar as palavras de um outro cem números de pessoas que também só modificaram as palavras de seus antecessores, etc.

    Ocorre, que embora você tenha dito o que muitos já sabem, partindo do pressuposto, muitíssimo otimista, de que ainda existem muitos que pensam (no sentido mais culto da palavra), você expôs com o seu tom, com a sua visão e fazendo uma análise toda particular de um objeto tão público e conhecido, mas que ainda assim, tal análise foi inédita (até o ponto em que acompanho de notícias, etc, nunca tinha visto tal análise da realidade baseando-se em tal exemplo de não realidade).

    Por fim, como o meu tempo está acabando, preciso agilizar as coisas para ir ao trabalho pertubar você, vou parar por aqui mesmo, até porque, como já disse, não quero incorrer em repetições.

    Continue escrevendo, particularmente, como escreveu nesse texto em específico, pois tenho que esse é o seu lado mais forte: textos sociais, sem um enfoque SÓ social, além disso, esse tipo de texto, analítico, enriquecerá ainda mais sua visão social e sua visão jurídica.

    Abraço.

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  10. Assisti a primeira parte do "Wake Up Call - Saindo da Matrix" e sem dúvidas vou assistir o resto.
    Quanto ao seu texto, impressionante! Como foi dito no documentário, "É um sistema que tem recrutado vastos recursos materiais e humanos para formar uma máquina sofisticada, altamente eficiente que combina operações militares, diplomáticas, de inteligência, econômicas, científicas e políticas. Seus procedimentos não são revelados ao público. Seus erros são enterrados, não viram capa de jornal" ACORDA SOCIEDADE!
    E o que você falou é certo, até a matemática comprova: "não há modelos certos para se produzir um resultado, não existe uma fórmula pronta pra nada".

    EXCELENTE seu texto!

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  11. Esta na hora de tirar da tomada o cabo que fornece energia as maquinas e, consequentemente, desligar a matrix.
    Esta na hora de comecar a ver a realidade como ela realmente e e nao simplismente o reflexo da mesma.
    Esta na hora de comecar a mudar a microfisica estatisada dessa estrutura.
    Esta na hora de VOCE desligar a televisao e ligar a sua mente para a desconhecida, para muitos, e magnifica realidade.

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  12. A única forma do sistema sobreviver é com a bitolação das pessoas. O modelo de vida "correta" de um bom estudante, um bom filho, um bom marido ou um bom pai, é tudo que as grandes cabeças dominantes querem que sigamos.

    Quem se aliena e segue seus próprios padrões de escolhas e atitudes, oferece um séríssimo risco de fomentar assuntos abominados pelas lideranças, tais como anarquismo, comunismo, etc.

    Eu nunca vi um "gênio da raça" tal como Einstein, Senna, Pelé, Schumacher, Slater, Da Vinci, Hitler, Marley, Ghandi, etc, sendo exemplos de dedicação à "vida normal".

    Acredito piamente na máxima que os loucos, levam vantagem sobre os sãos nesse mundo. É preciso ter convicções que aos olhos da maioria remetem à loucura, para poder se disvencilhar do imposto "normal" pelo sistema para habitar e se sobresair ao mesmo.

    Sinceramente nunca fui fã do filme em questão, mas acho que a idéia que você quis passar se utilizando do mesmo, é alienadora e portanto válida.

    "No mundo onde o errado é considerado certo e o certo, errado, se acerta "errando"

    abraço!

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  13. Perfeito, irmão!

    Como a gente mesmo disse, a maioria tem uma visão superficial sobre o filme, como se estivéssemos diante de uma mera ficção científica repleta de efeitos especiais. Mas vejo aí um dos maiores trunfos da obra...

    Os Wachowsky certamente não queriam escancarar aos olhos de todos o propósito do filme. Eles sabiam perfeitamente que seriam pouquíssimos os que sairiam das salas de cinema com aquela coceirinha da inquietação e da perplexidade. Dentre esses, outros poucos ousariam seguir o coelho branco e, finalmente, adentrar o infinito de oportunidades filosóficas sutilmente oferecido.

    É aí que Matrix triunfa: ele não te arranca à força da caverna platoniana; ele te permite enxergar por detrás do óbvio para que, então, você ESCOLHA abandonar os deleites do artificialismo e conhecer a realidade obscura - mas real - de Zion.

    Aí, irmão, a gente já sabe... começa a verdadeira tortura. A partir daí seremos dominados por aquela angústia recalcitrante própria dos que ousaram conhecer a verdade. Veremo-nos perdidos na ânsia de despertar os que ainda dormem e de encontrar outros que já foram despertados.

    Por vezes, seremos acometidos do arrependimento por termos abandonado o aconchego das nossas cavernas... Por tantas outras, iremos nos permitir o sabor do artificialismo, do onírico. Sim, refiro-me ao bife do Scypher. Mesmo para os que despertaram é quase impossível se livrar dele. Talvez seja um desfrute intrínseco à natureza humana e que foge à mera consciência da dicotomia real/artificial.

    Mas não vejo problema em padecer diante de nossa animalidade... Contanto que depois de saborear o bife voltemos à torpeza da realidade - cujo conhecimento levamos tanto tempo para obter.


    Enfim. O grande barato de Matrix é justamente descortinar o leque de significantes ocultos que nos conduzem cada vez mais perto do Real (o que quer que ele signifique). Driblar os véus, desmistificar os discursos, ver além da obviedade - como naquela cena perfeita em que Merovíngio desvenda toda a essência de uma mulher e irrompe-lhe um orgasmo, simplesmente revelando o quão óbvia era a sua complexidade.


    Os Wachowsky valem-se brilhantemente dos males que eles mesmo denunciam para captar novos Escolhidos. Usam das mais sedutoras metáforas, dos mais herméticos discursos, dos mais velados simbolismos e, sim, de muita ideologia, para, ao fim, demonstrar que ainda assim é possível encontrar a verdade e o Real.

    A revolução começa no âmbito interno. O pressuposto para a quebra dos paradigmas que nos cercam é a consciência, o despertar. Vejo que essa inquietude que nos é própria já representa uma grande perspectiva de evolução e engrandecimento. Já abrimos muitas cortinas e provamos de muitas verdades. Já nos deleitamos com muitos bifes artificiais. De alguns ainda não conseguimos prescindir, de outros já abrimos mãos. É um caminho longo e tortuoso, mas encontrá-lo é, sim, uma dádiva de poucos.

    Assim escolhemos...

    Optamos por pensar, e o pensamento é o berço da mudança. Se não for a mudança do mundo, que seja a do meu mundo.

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  14. A percepção analítica e crítica de qualquer filme não é pra qualquer um tuca. Mais uma vez não posso me deixar cair no comodismo de dizer que o texto é somente sensacional, preciso prolongar o meu voto: voce precisa continuar irmão. Continuar a bater na tecla da desalienação, continuar a infrigir o sistema sempre que a causa for justa, continuar a demonstrar não só por a+b que a sabedoria elucide a mente humana. Sinceramente, não sei aonde a gente vai acabar chegando com tanto estudo e tanta percepção da realidade, mas meu grito ainda continua sendo junto com o seu: Esperança de um mundo melhor.
    Forte abraço. Marcos Diego

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  15. excelente texto, arthuzinho! a temática é ótima e vc sabe desenvolver muito bem as ideias.
    é sempre interessante ver a maneira coerente como vc divulga suas ideias.
    adorei mesmo!

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  16. Grande mestre!

    Só pra botar lenha, coelhos brancos, pilulas e frascos.
    E Alice nessa história toda?

    Abs

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  17. Muito bom o texto! Gostei desse filme desde o primeiro, embora não tivesse a consciência que tenho hoje. Aliás, muitos filmes tratam dessa questão, de uma forma ou outra: a dominação e controle a que estamos submetidos.
    Acho que a Matrix está em crise porque cada vez mais as pessoas estão acordando e se desplugando, portanto, deixando de alimentar a máquina.
    A conscientização é só o começo. A vida segue. Nós somos muito mais do que parecemos ser, podemos muito mais, e não estamos aqui simplesmente para funcionar como máquinas, que é o que querem que sejamos. Parabéns!

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  18. Parabéns pelo texto, muito bem escrito e com uma crítica extremamente relevante através da analogia proposta. Parabéns mesmo Artur.

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